Era uma vez uma menina que morava numa casa onde o amor vinha com regras.
Ela aprendia cedo que, para receber um sorriso, precisava tirar nota boa.
Para ser abraçada, tinha que calar.
Para não ser criticada, precisava agradar.
Um dia, a menina cresceu.
Virou uma mulher que ainda fazia de tudo para agradar — só que agora, aos homens.
Se eles estavam ausentes, ela esperava.
Se eram duros, ela se dobrava.
Se não a escolhiam, ela pedia mais um pouco de atenção — como quem estende a mão embaixo da mesa pedindo as migalhas que caem.
Mas havia uma noite em que ela sonhava.
Sonhava que era vista de verdade.
Sem ter que conquistar, seduzir ou lutar.
Era um sonho breve. Mas quando acordava, o coração ainda doía.
E a dor perguntava:
“Até quando você vai viver esse papel que não é mais seu?”
E então, uma madrugada, diante do espelho, ela disse:
“Meu amor não é prêmio. Meu afeto não é dívida.
Eu não sou aquela criança invisível.
Eu sou mulher. E posso escolher de novo.”
Naquele instante, ela não se libertou de tudo.
Mas respirou mais fundo do que em anos.
E, pela primeira vez, se abraçou inteira — sem precisar merecer.
🌿 Reflexão: Carta de Si Para Si
✍️ Proposta: Responda como se estivesse escrevendo para sua “eu” mais jovem.
Deixe sair, sem se preocupar com perfeição. Apenas verdade.
1. Quando foi que você aprendeu que precisava conquistar amor?
…
2. O que você faria por essa menininha, se pudesse voltar no tempo?
…
3. O que você aceita hoje que não aceitaria se soubesse o seu verdadeiro valor?
…
4. O que sua alma quer te dizer neste momento da sua vida?
…
5. Complete essa frase: “Eu prometo a mim mesma que nunca mais…”
…
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