Havia um homem que vivia num vilarejo pequeno, mas carregava uma ambição grande dentro do peito.
Desde menino, ele sentia que havia algo errado com ele. Não sabia dizer o quê — só sabia que, às vezes, parecia invisível.
Cresceu com uma ideia fixa: se ele encontrasse a Pedra Brilhante, todos iam enxergá-lo.
Acreditava que, com ela nas mãos, ninguém mais o ignoraria.
E assim passou a vida procurando.
Procurava em mercados, em ruínas, em cavernas, em sorrisos, em aplausos.
E, de vez em quando, achava algo parecido: uma pedra cintilante, uma joia falsa, um brilho de espelho.
Mostrava pra todo mundo:
_— “Olhem! Eu encontrei!”_
E por um instante… era visto.
Mas logo o brilho passava.
E o vazio voltava.
Um dia, sentado à beira de um rio, um velho se aproximou e perguntou:
_— “Está buscando o quê?”_
_— “A Pedra Brilhante. Aquela que prova que eu sou alguém especial.”_
O velho sorriu.
_— “E se eu te dissesse que ela não está fora de você?”_
_— “Como assim?”_
_— “Você não quer uma pedra. Você quer ser visto.”_
O homem congelou.
O velho completou:
_— “Mas quem vive se disfarçando de conquistador… nunca é visto de verdade.”_
E foi embora, deixando apenas o som da água correndo.
Naquela noite, pela primeira vez, o homem olhou pra dentro — e percebeu que nunca procurava pedras.
Estava procurando a si mesmo.
Perguntas Reflexivas
📝 1. Será que, às vezes, eu estou tentando ser visto… através do que eu conquisto?
📝2. Quando algo me dá brilho por fora, será que é isso mesmo que eu tô precisando por dentro?
📝 3. Eu já me peguei tentando impressionar alguém… só pra não sentir o medo de ser ignorado?
📝 4. Existe alguma parte de mim que ainda acha que precisa “provar” seu valor? Pra quem? Pra quê?
📝 5. E se, em vez de buscar o brilho fora, eu começasse a me reconhecer por dentro? Como seria?
_Desire Lahé_
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